Manifestação
foi marcada pela diversidade dos jovens e pela convocação do #OcupeBrasília,
movimento que tomará a capital na próxima semana
As ruas da
zona norte de São Paulo foram ocupadas na tarde dessa quinta-feira (1) por 3
mil estudantes que vieram ao 39º Congresso da UBES (Conubes) e membros da Federação dos Estudantes de Campos.
Eles saíram em passeata levando as principais bandeiras de luta do movimento
estudantil. A mobilização também serviu para convocar o #OcupeBrasília, que
acontece na próxima semana e envolverá um acampamento estudantil na Esplanada
dos Ministérios pela aprovação, ainda esse ano, do Plano Nacional de Educação
(PNE)
A passeata partiu do Expocenter Norte, onde os estudantes participavam de outras atividades, e seguiu até o Parque da Juventude, um espaço emblemático que já foi terreno do presídio da Carandiru e que nessa sexta ganhou o colorido dos sonhos dos jovens.
Com placas
nas mãos, faixas e bandeiras da UBES, os estudantes bradaram palavras de ordem
em defesa dos 10% do PIB para a educação e dos 50% do Fundo Social do Pré-Sal
investidos somente no ensino público. Além disso, os jovens protestaram pela
regulemantação nacional da meia-entrada, pelo passe livre de estudantes e pelo
respeito à diversidade sexual dentro das escolas.
O trajeto
de 4 km
percorreu a rua Guilherme Paraense, passou em frente à estação Carandiru,
contornando os arredores do Parque da Juventude e fazendo o retornou pela rua
Galatéia. A pluradidade das pautas estudantis e a irreverência dos jovens deram
o tom da caminhada. Entre os manifestantes, o ex-militante da UBES na década de
80, Cosmo Costa, de 45 anos, aprovava a mobilização: “Participei das Diretas Já
em 1984 e acredito que continua acesa a luta dos estudantes, com a mesma
disposição e energia que tínhamos”, conta Cosme, que veio do Piauí e viajou
quatro dias para chegar ao Conubes.
Outra
importante participação foi a dos estudantes indígenas do sul da Bahia, que
vieram a São Paulo representar sua comunidade. Andressa Carvalho estava vestida
com tupixai (que chamamos de saia), um cocar e as pernas pintadas, o que
segundo ela, em sua aldeia, caracteriza uma pessoa guerreira: “Nos sentimos à
vontade para nos vestir e nos pintar, aqui ninguém nos exclui por sermos
diferentes”, conta.
A passeata
foi encerrada com o Hino Nacional e uma homenagem ao presidente da UBES, Yann
Evanovick, que se despede do cargo neste Congresso: “Podemos dizer que os
estudantes deste Conubes conseguiram passar a sua mensagem ao estado de São
Paulo, além de preparar o movimento estudantil para as intensas atividades do
#Ocupe Brasília na próxima semana”, avaliou.
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