segunda-feira, 28 de maio de 2012

Jovens à deriva na política


Vagner Basilio
Em Campos - cidade da mais antiga representação estudantil do país - há registros que apontam para 1903 a formação da Federação dos Estudantes de Campos (FEC). Com larga tradição, uma história de luta política e de formação de líderes estudantis, que posteriormente despontaram na política, nas próximas eleições o movimento estudantil não te-rá nenhum representante pa-ra “chamar de seu”.

Quem explica as razões desse distanciamento é Maycon Prado, 25 anos, estudante secundarista do Instituto Federal Fluminense (IFF). É ex-presidente da FEC e agora é a voz oficial de Campos, na União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). “Na cidade dos coronéis, também para o movimento estudantil, fazer política é complicado. Tudo o que conseguimos é na marra. Assim se dá a nossa interlocução com a Câmara dos Vereadores: ocupando. Nossos ofícios enviados à prefeitura não são respondidos. Tampouco somos recebidos por representantes do poder executivo. Pior, tentam de todos os modos nos atrelar ao poder público em um insistente processo de cooptação das nossas lideranças”.

A FEC, por sua vez, atravessa um momento de recuperação da sua imagem e de seu patrimônio. Esses saíram arranhados em episódios recentes. Para o presidente da federação, Maycon Maciel Pinto, de 17 anos, “Saímos de um período negro, no qual ‘estrangeiros’ usaram a entidade em benefício próprio. Isso foi em 2009. Queimaram o filme do movimento estudantil em Campos, até a nossa sede perdemos. Se já não bastasse a perda da combatividade a nível nacional. É o que chamamos de geração pós-Lula; na busca do permanente consenso nos movimentos sociais a luta se perdeu”, falou.

Atentos aos erros recentes, os jovens secundaristas evitam se filiar a qualquer partido político.

Para fortalecer as bases do movimento estudantil forte que projetam, atuam para elevar o nível de consciência política dos jovens e, enfrentam até meados de julho, processo eleitoral em 20 escolas. Na defesa de suas posições de independência partidária, sofrem intimidações e até ameaças anônimas. Avisos do tipo: ‘Você fala demais, mede suas palavras’ são recorrentes. Identificam a origem das perseguições ao que chamam de ‘sistema’. Mesmo assim, não estão alheios às eleições próximas, “Vamos elaborar uma carta com as reais reivindicações do estudante de Campos, observar qual candidato de fato se compromete”, frisou o presidente da FEC.
(Luciana Portinho) - www.fmanha.com.br

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