Federação dos Estudantes de Campos, a fênix dos estudantes secundaristas
A primeira entidade representativa dos estudantes secundaristas (e universitários apenas na década de 30) de Campos foi fundada em 19 de abril de 1903, por jovens liceístas, e possuía o mesmo nome, Federação dos Estudantes de Campos, porém essa primeira FEC sobreviveu por pouco tempo.
Anos depois os estudantes de Campos encontraram terreno fértil para plantar suas idéias, e em 8 de julho de 1933 era fundada ou refundada, por um grupo de estudantes, sendo seu primeiro presidente o jovem José Carlos Tinoco. A Federação dos Estudantes de Campos, que perduraria realizando brilhante trabalho com várias gerações de estudantes campistas, atuando como escola de lideranças.
Em 1940, a FEC começou a expedir carteiras estudantis que davam direito à meia entrada nos cinemas; em 1945 foi realizado o 1º Congresso dos Estudantes de Campos, realizado na sede da Associação de Imprensa Campista; à partir de 1946, a FEC adotou as eleições diretas para escolha de seus dirigentes, possuía partidos estudantis e os comícios eram realizados nas escolas e o pleito eram muito disputado.


estudante Nadin Chicri Kezen que foi eleito.

O símbolo da Federação que perdura em uso – a tocha vermelha ladeada de estrelas azuis com fundo amarelo – foi idealizado pelo artista plástico Chico Arueira, que era tio da ativista política Nina Arueira; e significava segundo o filho do artista plástico, o ex-presidente da FEC, Elmo Guedes Arueira, hoje juiz aposentado, “a tocha afastaria a ignorância, e as estrelas iluminariam a mente dos estudantes e lhes dariam a esperança em dias melhores.”
Herança desse áureo período de efervescência estudantil e da formação de grandes nomes, da política, das artes, e das letras, é a magnífica mesa doada pela usineira Finazinha de Queiroz, que na década de 50 era a madrinha do estudante campista, patrocinando a entidade. A mesa doada por Finazinha, hoje se encontra em poder da OAB Campos, fruto de um arranjo do ex-diretor e Juiz do trabalho aposentado, que tomou um susto um dia quando encontrou a mesa no depositário judicial da cidade de Campos e se encarregou de levá-la para a OAB, afim de que ao menos esta “lembrança da FEC” não se perdesse.
Esbarrando na ditadura, que cassava e censurava todas as manifestações populares, Campos novamente ficou sem representatividade estudantil secundarista e somente 27 anos depois, em 1993 é que os estudantes campistas, auxiliados pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), refundaram a FEC.
Nos últimos 4 anos a FEC foi manchete dos jornais onde diretores estiveram envolvidos nos “escândalos das carteirinhas”, onde estudantes foram lesados ao pagarem pelas carteiras estudantis sem nunca receberem as mesmas. Os antigos diretores esqueceram de estudar o estatuto da FEC que considera como infração grave a prática de atos que ridicularizem a entidade, seus símbolos ou diretores...
Agora, estudantes novamente lutam para virar essa triste página da história e resgatar a entidade das cinzas, para reconstruir um movimento estudantil efetivamente capaz de lutar pelos direitos e causas dos estudantes e cobrar políticas públicas de juventude independente de coloração partidária. Todo o apoio aos jovens estudantes que sonham em reconstruir a entidade e contribuir para a construção de uma cidade melhor para os estudantes secundaristas de Campos dos Goytacazes.
Esta historia esta mal contada!
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